sexta-feira, 31 de maio de 2013

CMMI - Representação Por Estágios - Níveis de Maturidade – Análise


Queridos leitores, após termos passado pelos Níveis de Maturidade da Representação por Estágio, gostaria de fazer uma breve análise em relação a esta forma de avaliar as organizações proposta pelo CMMI.

Em uma primeira pincelada, conforme mostrado na figura abaixo, é possível verificar que a escadinha que deve ser trabalhada pela organização faz com que os processos passem de uma fase onde eles são executados sem quase nenhum controle para a fase onde o foco está na sua melhoria contínua, baseado em métricas e indicadores e não no achismo de nenhum “herói” da empresa. 

Além disso, é muito interessante notar que nos níveis um e dois os processos são, geralmente, reativos e que se tornam proativos no nível três. Alguém saberia o porquê deste fenômeno acontecer apenas no nível três? Sem querer antecipar o que falaremos em outras postagens, mas para matar a curiosidade de todos, isso acontece porque no nível três há a implementação dos processos de gerenciamento de riscos e de tomada sistemática de decisões. Você pode estar pensando agora, hmmm, interessante, mas não entendi nada!!! Não se preocupe, nas próximas postagens elucidaremos qualquer dúvida que tenha ficado!!!

Ainda em relação ao nível três e relembrando o que falamos na postagem anterior, neste nível há uma padronização dos processos, por isso a figura identifica que os processos são caracterizados para Organização (leia-se padronizados), sacaram?

Outro coisa importante é lembrarmos que no nível quatro, onde fala que os processos são medidos e controlados, devemos ter em mente que este controle e esta medição são feitos por meio de indicadores e não pela experiência tácita de pessoas.



Como última análise, é legal lembrar que o CMMI permite que seja feita uma Avaliação por Equivalência, entre os dois diferentes tipos de representação (Contínua e por Estágios), ou seja, é possível se utilizar a avaliação da Representação Contínua (Níveis de Capacidade) para identificar o Nível de Maturidade da Representação por Estágios. Você dúvida? Vamos dar um exemplo para ficar claro: Se todas as Áreas de Processos do Nível de Maturidade nível 2 são avaliadas por uma organização como tendo Nível de Capacidade nível 2, de forma individual, significa dizer que a empresa tem o Nível de Maturidade nível 2 por equivalência! Legal não?

Bem, passado este assunto a limpo, entraremos a partir da próxima postagem nos processos do CMMI e nas suas categorias... 

Sigam-me os bons!!!


sexta-feira, 24 de maio de 2013

CMMI – Representação Por Estágios - Níveis de Maturidade


Conforme comentamos na postagem anterior, nesta postagem estaremos falando de cada Nível de Maturidade da Representação por Estágios do CMMI. Diferentemente dos 6 níveis de Capacidade da Representação Contínua, a Representação por Estágios apresenta cinco Níveis de Maturidade. Diferente não apenas na quantidade, mas também na forma de aferição, uma vez que, como visto anteriormente, os Níveis de Capacidade são aferidos por Área de Processo e os Níveis de Maturidade são aferidos a partir de um conjunto pré-definido de Áreas de Processo. Esta forma alternativa de abordar confere a Representação por Estágio a condição de fazer a melhoria dos processos de uma organização de forma mais ampla, pois cada nível alcançado coloca a organização em um novo platô de evolução. Vejamos a seguir cada nível de maturidade e a quantidade de Áreas de Processos que o compõe.

  • Nível 1 (Inicial) Neste nível, os processos são ad-hoc e o sucesso depende muito mais da competência e do “heroísmo” de pessoas da organização. Neste cenário, é comum os projetos ultrapassarem o orçamento previsto e os prazos acordados, além de não serem capazes de repetirem experiências de sucesso de forma estruturada.
      • Quantidade de Áreas de Processos = 0 (Zero). Considera-se de nível 1, todas as organizações que não atendam a todos os requisitos do nível 2, ou seja, se uma determinada organização consegue cumprir quase todas as metas do nível 2, ainda sim ela será considerada de Nível 1 (bem cruel não?).

  • Nível 2 (Gerenciado)As Áreas de Processo pré-definidas para este nível devem atender as metas genéricas e específicas de nível 2. Quando a organização está neste nível de maturidade, os projetos possuem requisitos que são gerenciados e os processos são planejados, realizados, medidos e controlados.
      • Quantidade de Áreas de Processos = 7 (sete). As Áreas de Processo tem maior foco no gerenciamento de projetos e de requisitos, conforme veremos em postagens mais para frente.
 
  • Nível 3 (Definido) Neste nível, as Áreas de Processo do nível anterior e aquelas escolhidas para este nível atendem às metas específicas e genéricas associadas aos níveis 2 e 3. A expressão chave deste nível é “padronização de processo”. No nível 3, os processos são bem caracterizados, sendo descritos por padrões estabelecidos e melhorados ao longo do tempo (melhorados mesmo sem ter uma base quantitativa, alvo do nível 4).
      • Quantidade de Áreas de Processos = 11 (onze). As Áreas de Processo tem maior foco no desenvolvimento organizacional, conforme veremos em postagens mais para frente.
 
  • Nível 4 (Gerenciado Quantitativamente) Neste nível, todas as Área de Processo dos níveis anteriores mais aquelas específicas deste nível devem atender as metas específicas dos níveis 2, 3 e 4 e as metas genéricas dos níveis 2 e 3. Os subprocessos mais importantes são controlados com técnicas estatísticas, ou seja, por meio de indicadores. Vejam que não são todos os processos, uma vez que é bastante trabalhoso o processo de gerenciar quantitativamente. Além disso, a prática mostra que só se consegue medir de forma efetiva os processos que estiverem padronizados, ou seja, que já estejam no nível 3 de maturidade. Outra observação interessante, já que as organizações irão escolher os subprocessos a terem indicadores coletados, é que não há a necessidade de se atingir as metas genéricas de nível 4, senão todas as outras Áreas de Processo teriam que obrigatoriamente também atingir este nível.
      • Quantidade de Áreas de Processos = 2 (dois). As Áreas de Processo tem maior foco no desempenho quantitativo dos processos, conforme veremos em postagens mais para frente.
  
  • Nível 5 (Em Otimização)Todas as Área de Processo dos níveis anteriores mais aquelas específicas deste nível devem atender as metas específicas dos níveis 2, 3, 4 e 5 e as metas genéricas dos níveis 2 e 3.  Neste nível, os processos são melhorados continuamente, baseados na avaliação quantitativa do nível anterior.
      • Quantidade de Áreas de Processos = 2 (dois). As Áreas de Processo tem maior foco na inovação e na obtenção de previsibilidade para a melhoria sistemática dos processos, conforme veremos em postagens mais para frente.

Caros leitores, como esta postagem ficou um pouco extensa, na próxima postagem faremos uma breve avaliação destes níveis de forma mais crítica e com algumas peculiaridades desta forma de Representação do CMMI.

Vocês não perdem por esperar!!!

Sigam-me os bons!!!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

CMMI - Representação Por Estágios – Estrutura


Queridos leitores, após termos visto a Representação Contínua do CMMI, verificaremos, a partir desta postagem, a estrutura da Representação por Estágios. Neste tipo de representação o foco é diferenciado. Enquanto na Representação Contínua o Nível de Capacidade era aferido para cada Área de Processo de forma individual, na Representação por Estágios, um determinado Nível de Maturidade agrupa um número determinado de Áreas de Processo que foram previamente definidos. Na figura abaixo podemos verificar claramente que para cada Nível de Maturidade, existe um grupo fixo de Áreas de Processo que será avaliado a fim de determinar se o nível de maturidade foi alcançado ou não.



Na figura é possível ver ainda que, assim como na Representação Contínua, cada Área de Processo possui as suas Metas Específicas e Metas Genéricas, que por sua vez possuem suas Práticas Específicas e suas Práticas Genéricas respectivas. Dessa forma, para que um nível de maturidade seja alcançado, todas as Metas Específicas e Metas Genéricas de cada Área de Processo devem ser alcançadas. Não adianta, conforme já vimos em postagens anteriores, alcançar quase todas as metas. Se faltar uma, o nível de maturidade não é alcançado (cruel este CMMI, não?)!

O mais legal da Representação por Estágios é que ela cria uma espécie de Platô evolutivo, onde cada Nível de Maturidade estabiliza uma parte importante dos processos da organização. E qual a vantagem disso? Simples! O fato de cada Nível de Maturidade representar um conjunto fixo de Áreas de Processo permite prever o desempenho futuro da organização quando o próximo nível for atingido.

Além disso, a Representação por Estágios fornecem uma ordem estudada e recomendada para a melhoria de processos dentro da organização. É a velha história de não reinventar a roda, pois a experiência mostra que as organizações obtêm melhores resultados quando focam seus esforços de melhoria em um número gerenciável de Áreas de Processo.

Portanto, a Representação por Estágios é, na verdade, um grande guia para o crescimento da organização, ao contrário da Representação Contínua, onde a organização escolhe, individualmente, qual Área de Processo será avaliada e melhorada. Sacaram a diferença? Por isso a Representação por Estágios é ilustrada como uma pirâmide, onde cada nível serve de alicerce para o próximo, gerando um crescimento de toda a organização (figura abaixo).



Na próxima postagem falaremos de cada Nível de Maturidade e suas aplicações... 

Vocês não perdem por esperar!!!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

CMMI – Representação Contínua - Níveis de Capacidade


Queridos leitores, conforme prometido na postagem anterior, nesta postagem estaremos explicando melhor os níveis de capacidade da Representação Contínua do CMMI. Existem sies níveis diferentes para uma determinada Área de Processo. A forma como é feita a medição já foi explicada na nossa última postagem, mas o que significa estar no nível 1? Ou no nível 2? Ou em outro nível? Vejamos agora a descrição dos seus níveis:

  • Nível 0 (Incompleto) – Neste nível de capacidade, a Área de Processo não alcança uma ou mais metas específicas. Como já dissemos, no CMMI a coisa é binária. Não adianta fazer o quase. É tudo ou nada. Assim sendo, a Área de Negócio classificada no nível zero significa a mesma não é executada ou é executada de forma parcial.

  • Nível 1 (Executado) – Neste nível, a Área de Processo satisfaz todas as suas metas específicas, o que garante que o trabalho necessário é feito a fim de transformar entradas bem definidas em saídas adequadas para aquela Área de Processo.

  • Nível 2 (Gerenciado) – Neste nível, a Área de Processo é planejada e executada de acordo com uma política e há o emprego adequado de recursos e pessoas. Além disso, a Área de Processo produz resultados controlados uma vez que é monitorado e revisado. Cabe aqui uma observação importante, apesar da Área de Processo ser executada de acordo com uma política, não significa dizer que seja algo padronizado, pois esta é uma característica específica do próximo nível. Se pudermos exprimir em palavras a diferença entre Política e Padrão diria que este (padrão) envolve ferramentas, procedimentos, métodos de trabalho definidos para os projetos da organização, enquanto aquele (Política) representa princípios gerais, diretrizes a serem seguidas pela Área de Processo.

  • Nível 3 (Definido) – Neste nível, a Área de Processo, além de fazer tudo dos níveis anteriores, é uma adaptação do processo padrão da organização. A Área de Processo fornece informações para sua melhoria. Diferentemente do que se possa pensar, é neste nível de capacidade que uma Área de Processo começa a fazer uma melhoria em seu próprio processo e não apenas nos níveis 4 e 5. No nível 3, a melhoria está baseada na identificação de pontos fortes e pontos fracos da Área de Processo.

  • Nível 4 (Gerenciado Quantitativamente) – Neste nível, a Área de Processo é controlada com base em indicadores, usando técnicas estatísticas e outros métodos quantitativos. É de extrema importância notar que o gerenciamento quantitativo só consegue ser implementado em sua plenitude quando se tem um padrão, por isso este nível vem após o nível 3. Em processos padronizados é mais fácil identificar indicadores que meçam de forma mais efetiva o seu comportamento e seus resultados.

  • Nível 5 (Otimização) – Este nível é o Nirvana dos níveis! A Área de Processo é modificada e adaptada para corresponder aos objetivos do negócio uma vez que é baseada em métricas e indicadores definidos. O Foco aqui é na melhoria contínua feita por meio de melhorias incrementais e também por inovações.

Amigos, sei que fica um pouco confuso entender se uma determinada melhoria que é feita em uma Área de Processo o coloca no nível 3, 4 ou 5. Para facilitar, podemos fazer a analogia da melhoria dos níveis 3, 4 e 5 com o processo de afinamento de um violão... Querem ver?

 - Nível 3 – Afinar o violão de ouvido (melhoria empírica)
- Nível 4 – Colocar um aparelho que possa medir (uso de indicadores)
- Nível 5 – Afinar o violão baseado no aparelho específico para esta função.

Sacaram a diferença? Espero que sim! Na próxima postagem entraremos na outra forma de Representação do CMMI...
 
... Vocês não perdem por esperar!!!

sexta-feira, 3 de maio de 2013

CMMI – Representação Contínua - Estrutura


Queridos leitores, após a introdução, na postagem anterior, dos tipos de representações que o CMMI possui, entraremos, a partir de agora, mais a fundo em cada uma delas. Nesta postagem, falaremos, especificamente, da Representação Contínua.

Como é mais fácil aprender “lendo as figuras”, a imagem abaixo mostra como o CMMI trata a Representação Contínua. Nesta forma, cada Área de Processo (A1, A2, A3, etc.) é avaliada individualmente de acordo com uma determinada estrutura de Metas Genéricas - MG e Metas Específicas - ME



O atendimento às Metas Genéricas e Específicas é quem define o Nível de Capacidade de uma determinada área de processo, que varia em uma escala que vai de 0 a 5 (a descrição dos níveis de capacidade será feita na próxima postagem, por motivos didáticos). É importante lembrar que no CMMI não existe a ideia de cumprir a meta em x %. É binário mesmo! Cumpriu ou não cumpriu, sim ou não, 0 ou 1...

Como já falamos na postagem anterior, a Representação Contínua permite a organização definir quais Áreas de Processos são mais relevantes para se fazer uma avaliação e buscar melhorias.



Verificando a figura acima e pegando qualquer área de processo como exemplo, é fácil perceber como funciona a estrutura da Representação Contínua no que tange à atribuição do Nível de Capacidade. Percebam que se a Área de Processo não atender à(s) Meta(s) Específica(s) ela estará no Nível 0. Não adianta cumprir a maioria das metas, caso seja mais de uma. Se não cumprir todas as MEs não cresce no nível de capacidade (a coisa é sinistramente binária mesmo!!!). Percebam, ainda, que na figura há uma passagem direta da(s) Meta(s) Específica(s) para a Meta Genérica 2. Alguém saberia dizer o porquê? ...Alguém?

É simples! Basta analisar com um pouco de cuidado a tabela que colocamos abaixo com as Metas Genéricas - MG. Vejam a MG1... ... o que ela diz? Ahhhh!!! A MG1 diz: “Atingir metas específicas”!!! Entenderam agora porque passamos direto para a MG2 na figura acima? Bem sacado, não?

MG
Descrição
1
Atingir metas específicas
2
Institucionalizar um processo gerenciado
3
Institucionalizar um processo definido
4
Institucionalizar um processo gerenciado quantitativamente
5
Institucionalizar um processo em otimização

Não se esqueçam de que as Metas Genéricas e Metas Específicas direcionam Práticas Genéricas e Práticas Específicas respectivamente, que por sua vez garantem o cumprimento das metas.

A descrição das MGs está diretamente relacionada às definições dos Níveis de Capacidade. Conforme dissemos, na próxima postagem estaremos explorando estes níveis, o que vai clarificar um pouco mais a ideia das Metas Genéricas. Vamos juntos?

... então...

Sigam-me os bons!!!