sexta-feira, 27 de setembro de 2013

MPS.Br – Licença Médica


Queridos leitores, infelizmente teremos que ficar duas semanas sem postagens! Submeti-me a uma cirurgia no joelho e ficarei de molho por pelo menos 15 dias (sina dos craques do futebol de fim de semana, hehehe). Apesar de ficarmos um tempo sem postagens, não se preocupem, pois, assim que estiver em condições, voltarei com tudo para terminarmos a viagem pelo modelo nacional que estamos estudando, o MPS.Br, e explorarmos muitos outros assuntos que, juntos, são capazes de nos oferecer uma gestão de TI Inteligente!

Agradeço as orações e os pensamentos positivos e estaremos de volta em breve!!!

Vocês não perdem por esperar!!!

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

MPS.Br – Coffee Break 1 – Mais Médicos


Opa! Já não era sem tempo!! Acho que é sempre saudável mudarmos um pouco a conversa e darmos uma pequena pausa para falarmos sobre outros assuntos, não acham? Neste nosso breve intervalo falaremos de um assunto que tem estado em moda nos últimos dias, o programa “Mais Médicos” do governo federal. Acredito que ninguém é ingênuo o suficiente para acreditar que este programa, por si só, será capaz de resolver o problema da saúde pública no nosso país, porém, é necessário começar por algum lugar, fazer alguma coisa pelos mais carentes, por aqueles que não podem pagar o serviço médico privado. Pensando nisso, sugiro a leitura do texto abaixo, escrito por Luciano Martins, do Observatório da Imprensa. Para quem não conhece, o Observatório da Imprensa tenta fazer uma análise sobre a forma como os principais meios de comunicação abordam os temas relevantes do Brasil. Cada um pode fazer o julgamento que quiser. Particularmente, eu concordo com o que ele escreveu...

“O programa Mais Médicos não sai do noticiário. Não por seus méritos ou pelo potencial de reduzir as diferenças na oferta de serviços de saúde no Brasil, mas pela exposição exagerada dos problemas na sua implantação.
Como toda ação de política pública, a iniciativa deveria ser avaliada pelo que faz e pelo que deixa de fazer. Para isso, o pressuposto da imprensa precisa ser baseado nos efeitos obtidos em prazo razoável, com os resultados contextualizados em relação às carências que o programa se propõe a atacar. No entanto, toda ênfase tem sido dada a ausências e atrasos na posse dos profissionais inscritos.
O que se vê diariamente, desde o anúncio do projeto, é um grande desequilíbrio nas escolhas dos editores, com a predominância de dados e informações negativas sobre o preenchimento das vagas abertas. Na quarta-feira (4/9), ao se deparar com o principal título da Folha de S. Paulo sobre o assunto – “Médicos questionam infraestrutura e exigências e abandonam programa” –, o leitor é levado a acreditar que ocorre uma debandada de profissionais. Mas a Folha não diz quantos médicos desistiram nos primeiros dias, qual a porcentagem deles em relação ao total de profissionais que aderiram, e outros detalhes que poderiam justificar o título.
Outra reportagem no mesmo jornal informa que os lugares para onde deverão ser enviados os médicos cubanos formam o pior cenário na geografia desigual do desenvolvimento humano no Brasil. Não seria por outra razão que o programa destinaria os profissionais cubanos para esses municípios, que, segundo a Folha, apresentam indicadores socioeconômicos inferiores aos da média nacional de treze anos atrás: ao contrário da maioria dos médicos brasileiros, os cubanos estão habituados a atuar em condições precárias, em países assolados por desastres ambientais e crises humanitárias.
Os médicos brasileiros, na maioria oriundos das camadas de renda mais alta da população, não se destacam pelo espírito de sacrifício. Na organização Médicos sem Fronteiras, por exemplo, o total de profissionais do Brasil em 2011 não passava de uma centena.
Os médicos cubanos, que são formados para a medicina preventiva e o atendimento básico, e educados para atuar em situações de extremo desconforto, formam o maior contingente do mundo de profissionais de saúde em ações humanitárias: são dezenas de milhares trabalhando nas mais severas e inseguras circunstâncias imagináveis.

Suspeita de boicote

Por essa razão, as escolhas dos editores dos principais jornais, ao destacar as ausências, desistências e reclamações dos primeiros profissionais brasileiros a ocupar os postos para os quais foram escalados, expõem de maneira escandalosa essa diferença entre eles e o perfil característico dos estrangeiros.

Veja-se, por exemplo, o caso de um cardiologista brasileiro entrevistado pelo Estado de S.Paulo: o especialista se inscreveu “sem notar” que o programa era destinado a clínicos gerais, foi destacado para a cidade de Santa Bárbara d’Oeste, no interior paulista, e saiu no primeiro dia, alegando que “falta tudo no sistema público”.

Observe-se que o doutor tem um consultório particular em Ribeirão Preto e atende também em Salvador, Bahia, por meio de convênio. Ele considera o salário do Mais Médicos, de R$ 10 mil reais por mês, “uma miséria”.

Não foi destacado para trabalhar numa favela ou numa aldeia da Amazônia, mas em Santa Bárbara, a apenas 138 km de São Paulo, cidade que foi colonizada por imigrantes dos Estados Unidos, tem um alto Índice de Desenvolvimento Humano e taxas reduzidas de violência.

O cardiologista jura que não se inscreveu para boicotar o programa. Apenas não leu direito as instruções.

Então, tá.

Na falta de números que autorizem a afirmar que o projeto é um fracasso, os jornais capricham nos títulos de dupla interpretação. Sem dados comparativos, o Estado de S.Paulo afirma: “Desistências continuam em diversos estados”. Na ausência de informações consistentes no texto interno, predomina a intenção do título, que é a de induzir no leitor a ideia de que o programa não se consolida.

O Globo, que aprecia trocadilhos e gracejos, aplica um título de gosto duvidoso usando o nome do programa: “Mais Médicos que faltam ao trabalho”.

Na contramão do senso comum, que colocou na pauta das manifestações de junho a emergência de ações na saúde pública, a imprensa dá a entender que torce contra o sucesso do plano. Insiste que o projeto foi feito atabalhoadamente, quando registros dos próprios jornais informam sobre reuniões de planejamento ocorridas anos atrás, inclusive com a participação de entidades dos profissionais de saúde.

O resultado pode ser um tiro pela culatra, com o efeito colateral de provocar maiores danos na imagem dos médicos brasileiros, que nas redes sociais ganharam um apelido tão genérico quanto injusto: são chamados de “coxinhas”, aqueles seres mimados que não toleram uma contrariedade."

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

MPS.Br – Estrutura – Conceitos Básicos


Queridos leitores, nesta postagem iremos abordar alguns conceitos básicos do MPS.Br, especialmente aqueles que diferem do CMMI. Esses conceitos nos permitirão entender o porquê deste modelo ser tão alinhado à realidade brasileira, sem perder a compatibilidade do mercado internacional.

Quando uma empresa quer se certificar em Mps.Br, uma das primeiras coisas a fazer é definir o Escopo da Avaliação. Este escopo, na verdade, delimita as fronteiras organizacionais que serão avaliadas, os processos incluídos e o contexto no qual eles são executados. Os processos devem possuir um Modelo de Referência, onde são descritos o propósito, os resultados esperados e a relação com outros processos. Tudo que a organização ache útil para atingir os objetivos de um determinado processo é considerado pelo MPS.Br como um Ativo do Processo. Exemplos de Ativos do Processo são: políticas, material de treinamento, documentos, padrões, etc.

Vimos que no CMMI existe(m) a(s) Meta(s) Específica(s) dos processos. Estas metas, normalmente, descrevem o que deve ser feito pelo processo. Já no MPS.Br, existe o conceito de Resultado Esperado do Processo. Este resultado é, na verdade, um produto gerado, algo observável que relate o sucesso na tentativa de alcançar o objetivo do processo. Esta diferença entre conceitos torna a avaliação do MPS.Br  um pouco mais objetiva do que a avaliação do CMMI.

Na mesma linha de pensamento, vimos que o CMMI possui o conceito de Metas Genéricas. Estas Metas, normalmente, tratam da institucionalização dos processos. No MPS.Br existe um outro conceito, chamado de Atributo de Processo. O Atributo de Processo é uma característica mensurável da capacidade do processo e que é aplicável a qualquer processo, ou seja, são indicadores gerenciais que permitem, de forma mais tangível do que no CMMI, medir a capacidade do processo avaliado. Mas o que seria a Capacidade do Processo na visão do MPS.Br? Ainda bem que alguém perguntou... Bem, a Capacidade do Processo é a habilidade de um determinado processo atingir os objetivos de negócio atuais ou futuros.

Outro conceito bem interessante é o Perfil do Processo. Vocês lembram que o CMMI era binário? Ou tudo ou nada? Pois bem, o MPS.Br aprimorou esta ideia e criou o Perfil do Processo, que na verdade é um conjunto de pontuação de Atributos de Processo para um processo avaliado. Assim, enquanto a coisa era 0 ou 1 para o CMMI, no MPS.Br os Atributos de Processo são avaliados em uma escala maior permitindo capturar as nuances do processo de uma forma mais explícita que no CMMI.

Bem, passado pelos conceitos, veremos na próxima postagem como o MPS.Br definiu os seus Níveis de Maturidade. Para fixar o conteúdo de forma mais fácil, faremos uma comparação com o CMMI, combinado?

Então...

...Sigam-me os bons!!!

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

MPS.Br – Estrutura – Visão Geral


Queridos leitores, vimos na postagem anterior que o MPS.Br possui como referência principal o CMMI (versões 1.1 e 1.2). Além disso, vimos também que o MPS.Br buscou na ISO 12207, que trata de processos, e na ISO 15504, que trata da avaliação, ideias capazes de lhe conferir credibilidade no mercado internacional.

Com tanta fonte inspiradora, fica uma pergunta martelando na nossa cabeça: “como este modelo nacional se estruturou”? Bem, não se preocupem que nós vamos explicar agora. O MPS.Br é montado em cima de três modelos conforme mostra a figura abaixo.



O Modelo de Referência (MR-MPS) trata dos processos do MPS.Br, ou seja, é o recheio, o conteúdo do modelo nacional, já o Modelo de Avaliação (MA-MPS) difere do modelo proposto pelo CMMI, uma vez que se baseia na ISO 15504 para avaliar as organizações que querem implementar o MPS.Br. Por fim, o Modelo de Negócio (MN-MPS) trata das relações comerciais para que uma empresa possa ser certificada.

Cada modelo do MPS.Br é descrito por meio de Guias e Documentos, conforme figura da estrutura mostrada acima. Assim, podemos descrever o seguinte sobre cada uma delas:

MR – MPS

  • Guia Geral – É o modelo de referência em si, seus componentes e definições necessárias para que se possa entender e aplicar o modelo.
  • Guia de Aquisição – Trata das aquisições de softwares e serviços correlatos.
  • Guias de Implementação – Dividida em 7 partes, uma parte para cada nível de maturidade do modelo. Apenas adiantando conceitos que veremos em outras postagens, os níveis de maturidade do modelo nacional são divididos de A a G (7 níveis).

MA – MPS

  • Guia de Avaliação – Guia que possui os requisitos para avaliadores líderes, avaliadores adjuntos e Instituições Avaliadoras. Trata especificamente do processo de avaliação de uma determinada organização em relação ao MPS.Br (Baseada no modelo da ISO 15504).

MN – MPS

  • Documentos do programa Documentos que definem a forma de contratação ou de convênio para que seja possível implementar o MPS.Br em uma determinada organização.

Na próxima postagem falaremos mais sobre cada um dos modelos que compõe o MPS.Br.

Vamos Juntos?