sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

BSC – Mapa Estratégico – Missão, Visão e Valores



Queridos leitores, conforme havíamos combinado, começaremos a montar, a partir desta postagem, um Mapa Estratégico de uma empresa fictícia. Na verdade, vamos utilizar o Mapa Estratégico do SENAI Rondônia (ver imagem da postagem anterior) para fazermos o nosso passo a passo. Assim, poderemos aprofundar as discussões utilizando um exemplo concreto existente.

Já vimos que o Mapa Estratégico possui uma relação de causa-efeito entre os Objetivos Estratégicos nas suas quatro Perspectivas, certo? Mas, para quê? Qual o sentido? Por que existem esses Objetivos Estratégicos? Parece absurdo se fazer este tipo de pergunta, mas, acreditem ou não, existem empresas que não conseguem definir a sua Missão, que dirá definir uma Visão de futuro!!

Alguns podem perguntar: tá... Mas o que é a missão e o que é a visão dentro de um planejamento estratégico? Bem, vamos então conceituar cada um dessas expressões.


  • Missão: É a razão de ser de uma empresa. Busca delimitar seu negócio, ou seja, sua área de atuação e indica objetivos organizacionais que são permanentes. No caso de alguns órgãos públicos, a missão está definida em lei, como por exemplo, no caso do TCU, cuja missão é: “Assegurar a efetiva e regular gestão dos recursos públicos, em benefício da sociedade.” Já no mundo privado, a missão, normalmente, é definida pelos acionistas ou pelos donos da empresa e está relacionada à área de atuação da mesma. No caso do SENAI de Rondônia, a missão é "Promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria do estado de Rondônia".
  • Visão: É a imagem que a empresa define a respeito de seu futuro. Indica objetivos organizacionais com prazo delimitado. A visão determina uma grande meta, em um determinado período de tempo, que a empresa deve buscar. Como exemplo, podemos colocar a visão do SENAI de Rondônia: “Consolidar-se como líder em educação profissional e tecnologia e ser reconhecido como indutor da inovação e da transferência de tecnologias para a indústria do Estado de Rondônia”.


Além desses conceitos, na montagem de um Mapa Estratégico, a organização deve ser leal aos seus valores. Os valores de uma empresa dizem respeito aos limites de comportamento da organização no cumprimento de sua missão. Assim, valores éticos, profissionais e pessoais devem ser levados em consideração no momento da elaboração do Mapa Estratégico, para evitar que sejam colocados Objetivos Estratégicos que não estejam alinhados com os valores cultuados pela organização.

Não devemos esquecer que a Missão, a Visão e os Valores devem ser escritos e comunicados a toda a empresa. É a partir dele que todos os colaboradores começam a “vestir a camisa”.

Sei que pode parecer bobeira definir tudo isso, mas é a partir destas definições que todas as estratégias da empresa serão elaboradas. Todos os objetivos, dentro da relação causa-efeito que já comentamos, devem de alguma forma contribuir para o cumprimento da missão definida e para o alcance da visão desejada, sempre levando em consideração os valores da organização, sacaram?

Bem, na próxima postagem continuaremos a montar o Mapa Estratégico, utilizando como exemplo o Senai de Rondônia.

... vocês não perdem por esperar!!!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

BSC – Conceitos Básicos – Parte 2



Continuando a postagem anterior, onde iniciamos a conceituar o BSC, vamos, nesta postagem,  definir alguns elementos chaves desta metodologia e como ela pode ser utilizada também para a TI.

É importante lembrar que o BSC deve ser encarado pela organização não apenas como um instrumento de controle, mas também como um sistema de comunicação, informação e aprendizado que deve fazer parte do processo gerencial da empresa como um todo. Desta forma, é importantíssimo que as medidas do BSC sejam usadas para articular a estratégia da empresa, para comunicar esta estratégia e para ajudar a alinhar iniciativas individuais, departamentais e organizacionais. 

Um produto utilizado pelo BSC é o Mapa Estratégico (veja exemplo abaixo do Mapa Estratégico do SENAI). Ele é dividido nas perspectivas que vimos na postagem anterior. Cada perspectiva possui os Objetivos Estratégicos que levarão a empresa a cumprir sua missão e alcançar a visão de futuro que possui. Os Objetivos Estratégicos, por sua vez, geram indicadores e ações que permitirão verificar o seu alcance. A conexão entre os Objetivos Estratégicos dentro da mesma perspectiva ou entre perspectiva diferentes gera a relação de causa e efeito que garante que as ações realizadas em relação ao RH da empresa, por exemplo, tenha uma consequência para o alcance do objetivo da empresa como um todo. Este reconhecimento, quando bem comunicado e embutido na cultura organizacional, gera nos empregados um sentimento de pertença e dá um significado ao trabalho realizado no dia a dia.


 Exemplo de Mapa Estratégico - SENAI

Uma coisa bem legal do Mapa Estratégico é que ele pode ser feito para qualquer organização, seja ela pública ou privada. Assim como pode ser desenhada em níveis inferiores da empresa, como, por exemplo, para a área de TI. Neste caso, verifica-se que sempre há a necessidade de se alinhar as ações de TI com os objetivos organizacionais fazendo com que haja uma mudança de foco em relação ao trabalho desta área. Se antes o foco estava em reduzir custos e manter os sistemas em produção, agora o foco deve estar em criar valor por meio da TI, como suporte ao alcance dos Objetivos Estratégicos. Parece besteira, mas na realidade faz uma bruta diferença. Quando sua área é encarada como centro de custo, você estará sujeito, mais facilmente, a cortes e racionamentos de recursos. Quando você está suportando Objetivos Estratégicos esta visão muda em relação à contenção de recursos... Pense nisso... 

Na próxima postagem vamos começar um trabalho de montagem de um Mapa Estratégico. Vamos passo a passo nesta montagem, combinado?

Então...

... Sigam-me os bons!!!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

BSC – Conceitos Básicos – Parte 1



Depois de passarmos alguns conceitos sobre o planejamento de TI, vamos aprender, a partir desta postagem, o que é e como funciona o BSC – Balanced Score Card. Apenas para adiantar um pouco os trabalhos, depois de conceituar o BSC, iremos fazer um exercício simulado, montando um mapa estratégico de uma empresa fictícia a fim de entender bem os conceitos que iremos passar, combinado?

Para começar, precisamos entender que o BSC é um sistema de avaliação de desempenho empresarial que pode ser adaptado para a área de BI, como prega o COBIT, por exemplo. O BSC traduz a visão e a estratégia da empresa em um conjunto coerente e interligado de medidas de desempenho que juntas criam uma relação de causa e efeito que levará a empresa a atingir seus objetivos, mas o que isso quer dizer? Bem, indicadores financeiros, apesar de vitais, não são suficientes para demonstrar o desempenho de uma organização. Assim, para medirmos o desempenho da empresa são necessárias outras dimensões, além da financeira, que juntas equilibram objetivos de curto e longo prazo, resultados desejados e elementos necessários para garantir estes resultados.

O BSC propõe quatro perspectivas, ou dimensões, que se relacionam a fim de atingir os objetivos organizacionais. Cada perspectiva influencia o resultado de outra(s), criando uma relação de causa e efeito. Assim sendo, se formos criar esta linha de dependência entre as perspectivas, podemos dizer que o BSC analisa as possibilidades de aprendizado e inovação para melhoria contínua dos processos internos. Por sua vez, os processos internos devem ser aprimorados para atender bem ao cliente. Desta forma, assegurar a satisfação e a retenção da clientela complementam as medições financeiras que traduzem o crescimento e o valor para os acionistas.

Conseguiram, com o texto do parágrafo anterior, identificar as perspectivas do BSC? Basta olhar com calma a relação causa efeito para chegarmos as seguintes perspectivas:

Aprendizado e inovação -> Processos Interno -> Cliente -> Financeiro

É isso mesmo! O BSC define quatro perspectivas da seguinte maneira:


  • Financeira – Lucratividade, crescimento e valor para acionistas
  • Clientes – Satisfação e retenção de clientes por meio da medição de Tempo, qualidade, desempenho, serviços e custos.
  • Processos Internos – Processos com impacto sobre a satisfação de clientes. Competências essenciais e tecnologias críticas.
  • Aprendizado e Inovação – Melhora dos processos existentes e Desenvolvimento de novos processos e produtos.


Obs.: Não nos esqueçamos que essas perspectivas podem sofrer pequenas variações, dependendo do negócio e do ambiente em que uma determinada empresa está inserida.
Na próxima postagem continuaremos falando sobre outros conceitos do BSC, a fim de alinharmos os conhecimentos para entrarmos em nosso exercício simulado, ok?

Vocês não perdem por esperar!!!
  

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

BSC – Introdução – PETI, PSI e PDI



Amigos, continuando a nossa introdução sobre o Planejamento de TI e o BSC, vamos nesta postagem diferir entre três siglas que para muitos significa exatamente a mesma coisa, mas que na verdade são coisas bem distintas, apesar de complementares. Vamos diferenciar PETI (Planejamento Estratégico de tecnologia da Informação), PSI (Planejamento de Sistemas de informação) e PDI (Plano Diretor de Informática).

Para entender a diferença entre estes três objetos, precisamos, inicialmente, relembrar o conceito de Sistemas de Informação e Sistemas de Conhecimento. Um Sistema de Informação manipula e/ou cria informação para uma determinada empresa, com ou sem o uso de informática. É possível, portanto, existir Sistema de Informação manual? A resposta é SIM!!! Dou um exemplo: um sistema de padaria onde o dono anota tudo em pedaços de saco de pão pode ser considerado um Sistema de Informação, se atendidas certas regras do negócio. Além de manual, um Sistema de Informação pode ser mecanizado, automatizado ou informatizado (estes dois últimos, mais comum do conhecimento geral, utilizam recursos de TI). Os Sistemas de Informação costumam ser classificados quanto ao tipo de apoio que dão à organização da seguinte maneira: Sistemas Operacionais (transações corriqueiras, simples ou complexas do negócio), Sistemas Gerenciais (agrupamento de dados para geração de informações referentes à gestão do negócio) e Sistemas Estratégicos (tratamento de dados operacionais e gerenciais, integrados a informações do ambiente onde está inserida a organização).

Os Sistemas de Conhecimento manipulam e/ou geram conhecimento organizacional para contribuir com os seres humanos, com as organizações e com a sociedade. Neste caso, os recursos de TI são responsáveis por sustentar as atividades de geração, troca e integração de dados, informações e conhecimento, mas são as pessoas e suas competências que fazem com que os Sistemas de Conhecimento sejam importantes para o sucesso das organizações.

Bem, passado os conceitos de Sistemas de Informação e Sistemas de conhecimento podemos diferir os três artefatos de planejamento da seguinte forma:


  • PDI – Plano Diretor de Informática – O PDI tem como foco principal os aspectos técnicos em relação aos recursos de TI necessários para a execução dos trabalhos destinados à área de TI.
  • PSI – Planejamento de Sistemas de Informação – O PSI, diferentemente do PDI, tem a estratégia de negócio como direcionador, ou seja, procura definir o que será feito com os recursos que disponho, além de também definir se haverá a necessidade de novos recursos, baseado na estratégia do negócio. Segundo Stair (1996), PSI é “a atividade de traduzir as metas estratégicas e organizacionais em iniciativas de desenvolvimento de sistemas de informação para utilizar a TI na organização”.
  • PETI – Planejamento Estratégico de TI – É o guia dinâmico para o planejamento estratégico, tático e operacional das informações e conhecimentos organizacionais, da TI e de seus recursos, ou seja, é um PSI acrescido de um sistema de conhecimento. É responsável pela estruturação das informações e dos conhecimentos necessários para o funcionamento harmônico da empresa. Possui uma forte integração e alinhamento com o Planejamento Estratégico Empresarial, o que o torna dinâmico, uma vez que o Planejamento Estratégico é dinâmico.

Veremos, a partir da próxima postagem, uma conceituação sobre BSC e  tentaremos trilhar os passos necessários para que seja possível criar um Mapa Estratégico e um PETI, alinhado às estratégias empresariais definidas.

Vamos Juntos?