sexta-feira, 5 de agosto de 2011

ITIL V3 – Desenho do Serviço – Processos – Gerenciamento da Continuidade de Serviço de TI

Amigos leitores, com essa postagem encerramos todos os processos da fase do Desenho do Serviço dentro do ciclo de vida do serviço preconizado pelo ITIL. O processo que vamos tratar aqui necessita de algumas premissas que temos que explorar. A primeira premissa é entender exatamente como o ITIL entende a palavra desastre. Quando ouvimos falar em desastre, nossa mente automaticamente faz associação com acontecimentos trágicos e de grandes proporções, como por exemplo: terremotos, enchentes, vulcões, tsunamis, acidentes, terrorismo, etc. De fato, todos os exemplos citados são considerados como desastres, porém, na visão do ITIL, o desastre pode ser qualquer acontecimento que comprometa de forma inequívoca a prestação do serviço de TI. Assim sendo, fatos mais simples e rotineiros como uma greve ou uma pane em um determinado sistema de comunicação podem ser considerados desastres dentro da ideia do ITIL.

A segunda premissa que temos que ter em mente é que a continuidade do serviço de TI é uma parte integrante da continuidade do negócio, mas as duas não podem ser confundidas, uma vez que aquela é apenas um subset desta e que a continuidade de negócio englobará outros planos de continuidade como o da área de RH, de logística, financeira, entre outros. Essa diferença fica mais difícil de se entender quando o negócio da empresa é TI. Neste caso, a continuidade dos serviços de TI provavelmente será o carro-chefe de todos os planos de continuidade do negócio, pois TI, neste caso, é o negócio.

Entendido essas duas premissas podemos dizer que o processo de Gerenciamento da Continuidade de Serviço de TI tem como principal objetivo manter um conjunto de Planos de Continuidade de Serviços de TI e os planos de recuperação que suportam os planos de continuidades de negócio. Ah! Já ia me esquecendo, mas não podemos deixar de dizer que Plano de Continuidade é diferente do plano de recuperação. Enquanto este se preocupa em voltar a situação do serviço de TI ao ponto anterior ao desastre, aquele se preocupa em fazer com que o serviço de TI continue, mesmo que temporariamente, durante um desastre.

O processo de Gerenciamento da Continuidade de Serviço de TI, além do objetivo descrito acima, possui uma série de outros objetivos, como por exemplo: atualizar regularmente um documento chamado de AIN – Análise de Impacto no Negócio ou BIA para os mais íntimos (Business Impact Analysis); conduzir regularmente exercícios de análise e gerenciamento de riscos; fornecer aconselhamento e orientação para todas as outras áreas do negócio e de TI em todas as questões de continuidade relacionadas com a recuperação, entre outros.

É bom lembrar, também, que o Gerenciamento da Continuidade de Serviço de TI é mais amplo do que o Gerenciamento de Disponibilidade, uma vez que este se preocupa com a disponibilidade do serviço no presente e no futuro, enquanto que o Gerenciamento da Continuidade de Serviço de TI tem o foco na continuidade do serviço em caso de desastre.

Para terminar, gostaria de elencar as interfaces que interagem com o Gerenciamento da Continuidade de Serviço de TI. Além do BIA, já comentado acima, existem ainda: PCN – Plano de Continuidade do Negócio, que define os passos necessários para restaurar processos de negócio após um desastre; GCN – Gerenciamento da Continuidade do Negócio, responsável por gerenciar os riscos que podem afetar gravemente os negócios; Análise de Riscos, que dispensa explicações.

Terminados os processos, vamos entrar agora na parte da tecnologia e da arquitetura da fase do Desenho do Serviço.

Sigam-me os bons!!!

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